31 de mar. de 2008

Depois do Natal a Gente se Fala




Eu não gosto do Natal! Eu sou sensível, mística,quase religiosa, romântica, escrevo poemas e sou também muito chegada à família. No entanto, eu não gosto de Natal... Sim, por todos esses motivos.

No passado o meu natal era uma festa divertidíssima, porém não podia estar ao lado de quem eu mais queria. Era uma festa familiar e cada um tinha que estar com a sua própria família. Eu nunca gostei dessa coisa de TER QUE e de que escolhessem minhas companhias.

Tinha coisas boas: a expectativa dos presentes, daquele monte de coisas gostosas para comer, a música e as visitas e era aí que tudo começava... Por quê tínhamos que esperar um ano inteirinho para ver as expectativas cumpridas?

E por que eu não podia levar o "meu mundo" para minha casa, se Natal era fraternidade, igualdade, amor, a representação dos mais nobres sentimentos humanos? O Natal começava então, a tornar-se um compromisso

Eu tinha que comprar uma roupa nova, eu tinha que comprar presentes e não bastava presentear aos que, por eu amar, lembrava: Vamos chamar isso de presentes por afeto. Tinha ainda que presentear aqueles que durante o ano estiveram por perto (essa parte era boa) vou chamar de presente por afinidade. Mas eu tinha também, que presentear o chefe que pegava no meu pé, na esperança que ele melhorasse comigo. Tinha que presentear, ligar, lembrar das pessoas que entravam na minha lista por obrigação, daqueles fazem parte da nossa convivência e sobrevivência social...

Então eu tinha que presentear pessoas, que se dependessem de mim passariam essa data cristã lá na Sibéria !

E aí que os shoppings super lotados algumas vezes se tornavam interessantes só porque sempre esbarrava com alguém 'interessante'... Propagandas na TV, rádio, jornal, Papai Noel em todo lugar. Começado a temporada de Natal, o nosso sossego se vai e se você não pode ir contra a corrente, qual o problema de unir a ela?

Todos! Meu décimo terceiro se tornava a parte mais assediada do meu ser e só eu sabia o quanto essa propaganda era enganosa! Meu condicionamento físico não dava conta de tantas confraternizações e minha cabeça girava naquelas visitinhas, vocês sabem como: cada casa um vinho, em algumas cerveja e muitas vezes, o uísque que o anfitrião ganhou de presente, no mínimo um 8 anos importado dali...

Até que a gente acaba por se envolver nos preparativos. Sucumbimos e aderimos acorreria, deixando para trás o que realmente gostaríamos de fazer. A gente começa a ouvir: "depois do Natal a gente combina", "depois do Natal examinaremos o seu currículo", depois do Natal isso, depois do Natal aquilo... Mas é no Natal que você tem que estar alegre, tem que ter braços e abraçar a todos, tem que ser bom, tem que ser/estar feliz!

Detesto conselhos, mas tenho um: Na sua ceia de Natal, não lembre jamais que sempre terá um lugar vago naquela mesa, pois que a maior das lendas urbanas que temos, é justamente a que conta que "Natal é da família e ano novo é da galera". Não, Não pense nisso! Não lembre disso pra você não chegar ao momento de cumprir as expectativas natalinas aguardando ansioso pelo Ano Novo onde tudo pode mudar. Pense no que estão e o quanto você pode ser feliz com eles.

Pensemos que, se talvez esteja faltando no Natal é por que nos falta o ano todo e, se falta pode ser porque, talvez não estejamos olhando com carinho para nós mesmos. Lembremos que é a data do amor ao próximo e estamos muito próximo de nós mesmos e isso pode ser complicado quando nos olhamos demais iou quando nos olhamos de menos.


Quem sabe estamos nos deixando arrastar por aquilo tudo que outros, incluindo a mídia dizem que precisamos ter para ficarmos bem? Fazendo aquilo que dizem é melhor, dá mais IBOPE em vez de fazermos o que realmente é nossa vontade e necessidade?


Pensemos que a nossa prioridade talvez não seja a prioridade do mundo! E mais importante: que podemos distribuir pelo ano todo os nossos compromissos natalinos.

Esse é o papo. Depois do Natal a gente se fala, hohoho

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