15 de abr. de 2009

PARTE 1


Há exatamente 15 dias estou desempregada.
Descoberta número 1: Desempregada não é desocupada!
Havia milhões de coisas que eu não fazia porque o meu trabalho não me dava tempo. Descoberta número 2: Eu estava errada.
Não fazia porque não fazia.

O desemprego não me deixou deprimida, muito pelo contrário, deixou-me bem leve e até feliz! Eu tinha um monte de planos que agora poderei levar adiante. Ficar naquele emprego significaria a perda de um grande pedaço da minha ética, uma prova de servilidade às coisas que sempre combati, a venda de mim mesma por um preço muito barato.
*
Eu andava pensando sobre a ótica e a ética. Até que ponto a gente pode ser herói e pedir demissão, por discordar do rumo que as coisas estão tomando no trabalho?
Até que ponto fechar os olhos para procedimentos incorretos no trabalho é conivência com o mal?

Nunca me permiti a opção de continuar por lá, depois de mudanças impensadas e tomadas mais por rancor do que por necessidade. Nunca pensei em manter-me num local de trabalho onde a gerência não tinha espaço para apresentar projetos ou discutir resultados. Jamais pensei que uma empresa pudesse ter aquela face de humanidade e por dentro ser somente uma máquina sequer utilizada realmente em benefício de um grupo de desfavorecidos exatamente como reza o estatuto...
Resumindo, não consigo fazer parte de nada que não seja legal(no sentido de bacana mas o outro sentido cabe na frase, embora talvez não no discurso) ou verdadeiro e às vezes isso parece mais um defeito que uma virtude.

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