6 de jan. de 2011

Presentes Presentes!


Papai Noel já botou suas renas  no caminho. Já tem cheiro de neve falsa no shopping e , dinheiro de plástico, cheques voadores, promoções inverídicas e sabe-se lá mais o que o nosso consumismo é capaz de provocar na imaginação dos empresários...
Bem da minha parte gosto muito de gastar dinheiro e dar presentes! Mas a musiquinha “já é natal na Leader Magazine”, não está com o ritmo tão esperado que embala os meus  natais, além disso ela ficou emudecida dando espaço aos noticiários que trouxeram para o Rio os olhos do mundo inteiro.  Olha que presente essas milhares de pessoas ganharam! Terão um Natal muito melhor, sem terror. Poderão sonhar amparadas pela presença e atenção de tantas autoridades e expectativas de futuro, com base nas promessas governamentais. As promessas elas já conhecem, mas estas tem tudo para acreditarem que dessa vez será diferente.
Emocionante ver os agradecimentos em bilhetinhos para os militares entregues via repórteres. Talvez este ano eles possam comemorar com um imenso banquete nas ruas, sem temer balas traçantes disparadas por arrogantes sádicos que se divertem assustando as pessoas. Talvez os militares de plantão participem das inúmeras ceias nas comunidades.
 No final desse ano pessoas redescobrem o prazer de dormir com janelas abertas e a sensação de poder ter esperança! Melhor imagem para o natal que se aproxima, impossível.
Em suas vidas nada mudou, um natal depois do outro e no entanto tudo tão diferente. Como se estivessem livres de uma dor. Todos desfrutando da leveza de se livrar do fardo que é viver com o medo, conviver com o risco.  Estão despostas aquelas figuras que a princípio presenteavam suas crianças, para logo depois aliciá-las. Impunham festas comunitárias com a mesma naturalidade que impediam o acesso dos serviços públicos necessários. Simulando bondade distribuíam gêneros de necessidades, usufruindo de seus palacetes repletos de luxo.
Agora me ocorre que dentro de mim às vezes habita um perigoso bandido, que trafica meus sentimentos e emoções, fingindo me proteger. Ele planta desconfiança e insegurança, me faz calar diante de opiniões que livraria um amigo do ridículo. Faz piadinhas sarcásticas que deixam o outro sem graça, faz com que eu deboche de mim antes que outros o façam. Às vezes meu interior é invadido por um bandido impaciente e agressivo que se acha o máximo e não deve desculpas.
Eu não posso temer nada que eu conheça, pois do mal conhecido há como se precaver. Nesse natal eu vou pensar nos presentes que não valem dinheiro, que a vida nos traz como bônus pelo viver. Já pensou o quanto recebemos de dádivas diariamente,  como se fosse obrigação do destino nos conceder? Vou revirar minha vida, rever meu interior e agradecer. Este ano não vou prometer perder 10 quilos, nem mentir que deixarei de fumar como parte daquela lista de fim de ano que jamais cumprirei! Também não pensarei em academia, esse ano vou entrar com o pé esquerdo e o direito, pois que sorte eu já tenho, nenhum tiro afetou a minha vida e isso já é uma bênção!

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