27 de mar. de 2015

A ESCOLHA QUE NÃO FIZ


Eu ando por muitas escolas de samba. Na medida da minha possibilidade, à proporção que os amigos convidam, às vezes conforme a atração que apresentam na quadra. Tenho preferência pelas escolas tradicionais, aquelas dos baluartes que prescreveram, assinalaram, indicaram, direcionaram sem saber, caminhos a seguir. Aqueles que construíram história apenas vivendo, sem intenção de construir carreira. Aqueles sambistas tipo azougue, que ninguém conseguia pegar,prender, guiar. 
Eu acho simplesmente lindo, maravilhoso as escolas que tem origem na diversão do povo de novos libertos!
Aquele samba antes de ser música, sendo reunião de oprimidos, alijados, defenestrados para os confins das periferias cariocas, tal qual o jongo veio a se fortalecer na nossa cidade por conta dos ex-escravos jogados ao léu lá em Campos que vieram pra essas terras. Eu simplesmente, não consigo olhar o samba apenas como música, quando isso acontece é porque trata-se de um show.

O samba é uma escolha que não fiz, como "negra-multi-étnica" já nasci
inserida nela.Eu não acredito em livre-arbítrio e esse é um dos motivos
(continua)

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