30 de abr. de 2018

A NOSSA HISTÓRIA NÃO VAI COM A GENTE














Breve.
Meu PC ta ferrado,
Todo desmontado
Em cima do armário.
Tenho planos de vendê-lo.
Sei lá como fazê-lo
Minha mãe sempre dizia:
A pior coisa do mundo
É fazer freguesia.
Mas nunca atendia
Vendedor de porta-em-porta
Mensagem decorada
Hoje não sei vender nada.

Estou indo morar na minha antiga casa.
Lá não tem telefone e nem TV.
Imprimi nas coisas, coisas nada a ver.
São quase 3 anos fora de casa
Batendo asa
Tentando fazer o coração dar certo.
Sem família por perto
Tentando ficar ereta,
Tentando a coisa certa,
Tentando fincar o pé,
Catando onde deixei minha fé
Caçando algum chão depois da ventania.
Mania de insistir no que nem se queria
Teimosia
Acabar o que comecei

Não tenho pena de mim,
até acho que é bem feito, sim
Quem mandou eu ser intensa?
No amor tem gente que sente
E tem gente que só pensa.
Só vai na boa:
Dinheiro, carro e um bom endereço
Gente assim que no amor bota preço
Que se amarra numa sedução
E amar de verdade? Ama. não.

Sou diferente,
Sou igual a quem é igual a mim
Mas na vida a gente
Não encontra só gente assim
A gente que ama,
quase sempre se engana
A vida é muito sacana

Quem mandou não ter segredo?
Se jogar num sentimento sem medo?
O amor  que pra uns é fogo
Pra outros é só mais um jogo.

Um dia e a gente se sente perdida.
A genteentende que perdeu
A gente percebe que se perdeu.
Tentou mas não deu.

Já me senti fracassada,
errada,
culpada,
feliz,
irada,
E isso não tem nada de mal
mas estar perdido é perda total.
Não tem seguro que pague
Não tem borracha que apague.

Tenho medo de me achar,
O que preciso fazer não quero,
Queria mesmo era ficar
Preciso ser bem ser sincero:
Não tenho coragem.
Devo ser meio masoquista:
Estou sofrendo e acho que vai passar
Não consigo ir, porque quero ficar
Tenho medo de me arrepender
Fazendo o que não quero fazer
Nunca tenha me arrependi das minhas partidas.
Mas vamos combinar? Odeio despedidas
Fico assim nesse vai, não vai
Tenho alma de criança pobre,
qualquer coisinha me distrai.

É uma ferida que me abriu na cabeça
E dói rasgando o coração.
A boca sorri, de tristeza sou avessa
Minha alma pateta diz não, não, não

Há muitos anos fiz um poema de rimas doídas:
A noite chicoteia e o sol trata com sal as feridas.
De lá pra cá nada mudou. Tudo continua sendo
O sal é sal, o sol continua queimando, tudo segue ardendo

Passamos a vida inteira nos deparando
com os mesmos fatos
Aprendendo a ir com eles lidando
Até que consigamos mudar nossos atos
Se não muda, não "rola"
Nãos saímos da escola

Já comprovei, provei.
A vida é repleta de rituais,
(Tem manual, nada demais)
mesmo para os descrentes,
(principalmente para os valentes)

Preciso criar o meu ritual de dar no pé sem despedida
Porque é assim que é na vida
Não tem olá quando se chegamos
Não tem tchau quando nos vamos

Rituais que marcam de forma solene as trajetórias
de modo que nos lembremos depois, com orgulho ou não,
Sem saber uma vírgula, temos que escrever nossas histórias
Nossa história  não vai com a gente,
Ela fica com quem nos guarda na mente.

E a história só é sua porque você a viveu
Mas e o argumento? Quem foi que te deu?

16/11/2007

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