29 de jun. de 2012

ARTUR DA TAVOLA





















Há muitos anos, na década de 80 penso, enviei um texto que hoje não saberia dizer qual, para o Artur da Távola. A internet acabava de chegar na minha vida, mandei por e-mail, do computador do trabalho no qual eu não podia acessar nada além do programa feio no qual trabalhava.  Eu era tão fã do Artur, amava aquele modo dele falar explicado e prolixo, aquele sorriso abertão na maior parte dos seus discursos. Gostava tanto do que ele escrevia que recortava sua coluna do jornal e guardava até que  as páginas amarelassem  e também  depois,  quando o papel tomava aparência de papiro delicado prestes a virar destroços.
Passados uns 15 dias, talvez mais ou talvez menos, não faz diferença porque foi uma eternidade, veio a resposta,  acho que de uma assessoria dizendo que ele não lia,  não avaliava nenhum texto, registro, obra etc que lhe fosse enviado.
Não lembro as palavras exatas dessa resposta, mas ela incluía com certeza um tom de quem se protegia contra possíveis transtornos de acusação de apropriação literária, intelectual. Lembro que  triste pensei:
"Porra pelo menos poderia me dizer se o texto era bom". 


Enfim, ao se tornar político Arthur da Távola perdeu meu voto em cada uma das eleições que se candidatou,  não exatamente pela recusa em me adotar como pupila literária, mas por juntar a essa decepção a decepção de ver o meu grande cronista virar político...
29/06/2012 - WordPress

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