No finalzinho do ano passado, um fato muito desagradável com
uma pessoa muito ruim, envolvendo aspectos exclusivamente profissionais, deu
uma guinada no meu mental.
Eu nunca tive filhos, no máximo um enteado, mas foi o
suficiente para perceber de perto o funcionamento das mães que tornam-se
verdadeiras feras para defender/proteger suas crias.
Eu, geralmente uma pessoa formal (dentro da minha
informalidade), discreta e segundo muitos, doce; vi-me na posição de
"parar na falta" sem merecer cartão, um atacante oportunista.
Estava numa fase meio depressiva, sem ânimo. Às vezes eu
fico assim: olho o mundo e não me enquadro nele... Inclusive, o André Gabeh
Carvalho tinha postado um texto muito lindo que mencionava isso e, eu respondi
para ele que se o mundo não é tão bom nos citados aspectos, não se
"enquadrar" nele é uma coisa boa.
O fato é que tive de abandonar minhas melancolias
incidentais e lançar-me na defesa de um trabalho, por ser algo em que acredito
muito. As pessoas bem intencionadas se dedicam e essa dedicação, o amor e o
carinho sempre dão frutos vistosos que atraem pessoas que não plantam.
Há pessoas que por índole, ambicionam o contexto em que
vivem aquelas que são assim, honestas e trabalhadoras, invejam seu pomar, por
menor que seja, no entanto, à semelhança de um "grileiro" querem
apenas possuir. Elas tem recursos para comprar ou invadir, poderiam ter para
plantar, mas pessoas dessa natureza jamais pegariam numa enxada ou picareta, a
menos que seja para posar para fotos.
O importante disso tudo é que quando foi necessário, uma
força brotou e surpreendentemente, após resolvido o "enrosco" eu
estava uma pessoa diferente, sem pena, sem raiva. Tranquila certa de que fiz o
certo. Precisamos respeitar os caminhos escolhidos pelas pessoas, sem
julgamentos, mas não temos o direito de nos acovardar com receios do que possa
parecer.
Estar com o mal contamina e não temos que conviver com ele sob pretexto de não querer se aborrecer ou o que é que tem
isso já-já passa.
Esse incidente deu-me a oportunidade de medir o meu tamanho,
checar os meus conceitos, encarar minhas verdades e saber que valores são
nossos, as consequencias é exatamente o que nos colocará no nosso devido lugar
e trará para nós as companhias.
Meu filho é meu trabalho, Freud estava certo, sim. Tenho por
ele (o trabalho) amor imenso, paixão profunda, é meu provedor e minha melhor
companhia, então agora entendo porque sempre fui apontada como
"caxias"...
Não sou pelega, mas meus frutos serão sempre obra das minhas
mãos, ainda que a terra tenha um outro dono.
Ficou grande o texto, vou parar antes que vocês desistam
ler. Queria só dividir uma experiência que me renovou muito e o ano novo será
sim muito diferente porque eu não mudei, mas a minha atitude se renovou.
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