25 de jan. de 2016

O DESFILANTE DA COMUNIDADE

Ensaiar no mínimo duas vezes por semana, às quartas e domingos, trabalhando de segunda a sexta ou mesmo até sábado, ou mesmo desempregado, Com família ou sem ela, não é fácil a rotina do componente das alas de Comunidade. 
Andreia orientando a Ala 20 da Portela - foto: Rozzi Brasil
Não importa o que cada um passa nos seus dias, eles estarão lá sob chuva ou sol, no calor ou no frio. Estarão animados, cantando a plenos pulmões, com a melhor das energias, sorrindo. 
Atrasa o horário, tiram-se as linhas de ônibus obrigando-os a caminhar ainda mais, e, eles estarão lá sorrindo, com um brilho no olhar e a certeza que a recompensa será a vitória. Se não vencer, no ano seguinte eles estarão lá. Sorrindo. 

Os azedos mal humorados que difamam o carnaval, nunca entenderão que esse é o momento em que tudo dá certo para essas pessoas. Na formação retangular com as cores da sua escola eles fazem parte de um grupo onde até o líder deseja o mesmo que eles, uito diferente da vida cotidiana onde são invisíveis aos olhos dos governantes suas dores e dificuldades, que aprenderam a ver o cidadão como números de uma estatística muitas vezes manipulada. O carnaval é o remédio das sequelas, é a única governabilidade possível, onde querem ouvir a nossa voz, nem que seja na avenida.

Imagino que dando-se uma fantasia a um desses componentes e a regalia de ir para avenida sem passar pela rotina dos ensaios ele não estará recebendo o que mais lhe faz feliz. O encontro, o reencontro, as conversas e recordações de carnavais passados. Eu mesma fico ali, ouvindo as histórias cômicas em sua maioria e gostando muito de receber essa transfusão de histórias que não vivi e sigo sonhando com a vitória que todos precisamos tanto viver, nesses momentos, ela realmente existe.

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