12 de jan. de 2010

Amor de Contos de Fadas


























Pessoas não são pomares, 
seus braços não são folhas, 
seus corpos não são árvores.

Pessoas não são algo à disposição de servir a qualquer desejo. 

Pessoas não são frutos 
Poucas garantem, ainda que em algumas épocas, 
apenas nossa saciedade.
E isso é quase sem querer...

Por que escolher ao feitio da estética, 

ou de forma “eletrodoméstica”? 
Com base nas nossas vaidades pessoais 
ou nas nossas necessidades funcionais?


Por que precisa-se ter algum talento, 

alguma beleza, 
alguma bondade, 
alguma calhordice, 
Por que precisamos de grifo, grife, 
um carro, casa, endereço nobre,
talento, carisma, destaque,

para que sejamos nas vitrines do mundo escolhidos por alguém? 
Não bastaria simplesmente um quê de amor?

Por que não conseguimos amar simplesmente,

sem a noção tosca do mundo do que seja o amor?
Eu destruiria todos os contos de fadas se não fossem tão agradáveis de se ler…
Destruiria-os todos!
Principalmente se eles contassem o que acontece 

naquela parte logo após do “e foram felizes pra sempre”…

E por ser impossível esse traço uniforme e constante de felicidade, 

penso que nasci, cresci, 
Vivi enganada do mesmo jeito que me falavam
-“se você se comportar direitinho 

vai ganhar presentinho".
A gente se comporta muito bem e nada ganha por isso.
Quem promete já sabe que não tem nada para dar.

A vida é o que tem de ser e sabendo da sua crueldade
Pela inconformidade, criaram os contos de fadas
Onde o princípe é herói que conquista
A princesa que sofre, dorme ou se esconde entre anões
Coisa machista.
O mal, reina se diverte e impera
para tudo acabar na primavera.

12/01/2010

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