14 de ago. de 2016

PAI, MÃE? SOCORRO!


Se preparássemos nossos meninos para serem pais, como há uns tempos preparávamos nossas meninas para serem mães, seria talvez um desastre menor ou quem sabe, o mesmo, porém com proporções reduzidas.

A modernidade vem trabalhando pela liberdade masculina, proporcionando que os homens larguem alguns pesos, se tornem mais leves. Eles contam com o apoio da mulher, agora liberada que ao contrário com a liberdade agregou pesos, responsabilidades.


A evolução é um processo lento onde as seus segmentos não caminham na mesma velocidade. Num país falho na arte de educar seus cidadãos, é uma tarefa altamente complexa, onde a globalização tem um papel destacado que nos leva por caminhos enviesados. Não tivemos meio-termo, sociedade jovem que somos, não aprendemos a nos conhecer enquanto povo e assim não sabemos nos valorizar. Nosso elo está perdido, escondido em algum lugar. Enxertados culturalmente por tantas influências, o brasileiro é um surfista sem prancha, tomando caixote, jogado ao mar de um mundo que não facilita as coisas, regido por políticos que dificultam o entendimento e sabotam o pensamento crítico.

Toda evolução feminina, malgrado os movimentos feministas nacionais, se deu à custa da necessidade, de a mulher sair da condição de planta - ficar onde foi colocada, dependente do básico para sua sobrevivência, recebendo como favor o fato de existir e ocupar um espaço. De modo que o crescimento humano por aqui é quase que à base da "geração espontânea", por exemplo, a mulher abandonada, desquitada, posteriormente divorciada, que fora criada para ser esposa e mãe, teve de dar seu jeito para sobreviver e em muitos casos criar os seus filhos com uma dignidade que a sociedade não lhe dava direito de ter.

O descaso público com a educação formal, a dificuldade de acesso aos desfavorecidos a ela não colabora para que tenhamos uma boa evolução em tantos nichos e quesitos. O sistema capitalista que alinha as descobertas tecnológica na prateleira com a etiqueta "tem que ter" nos põe a correr quando mal conseguimos andar. Precisamos ter tantas coisas e para isso precisamos de salários generosos, que sem qualificação, educação não conseguimos.

Voltando ao ponto, coube às mulheres dentro da sua liberdade recém adquirida as responsabilidades de continuar a cuidar dos filhos, da casa, numa cultura que cada vez mais cobra beleza e "boa aparência", num contexto em que negras não estão enquadradas no padrão de beleza e lá foi a mulher trabalhar fora, orientar os deveres escolares dos filhos, levá-los ao médico, cuidar da casa e atender aos novos apelos mundiais, ser linda, ser magra, ser jovem pra sempre, ter cabelos lisos, se impor como pessoa se negra for.  No mínimo cansativo. Problemático e ela é casada com u homem que faz sobrancelhas e ainda precisa dividir com ele o shampoo.


Não é fácil lidar com o julgamento calcado em pensamentos e leis tão antigos diante de tanta evolução.

Não é fácil viver um dia dos pais (desculpem, é apenas o calendário da vez, num país onde quase tudo que é respeitado é cópia ou livre inspiração) onde apesar de  toda a nossa sentimentalidade brasileira, sabemos que é uma data copiada ou inspirada no evento americano quando uma filha quis homenagear seu pai veterano de guerra que a criou e aos irmãos sozinho após a morte da esposa, enquanto aqui foi uma idéia de um publicitário diretor do jornal e da rádio pertencente ao maior grupo de mídia do pais. Portanto, se você tem um pai legal dê todo amor e carinho pra ele porque a  nossa sociedade não contribui muito para ele ser assim. Se você é um pai dos bons meus parabéns! Mas não tenhamos ilusões, tratemo-nos bem todos os dias que são dias de todos nós.



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