2 de jan. de 2017

EM MADUREIRA UMA TRADIÇÃO DE ANO NOVO


Sei que remonta décadas passadas talvez desde o século passado. Eu nem sei quando fui dar nesse meio telhado que protege do sol senegalesco de Madureira. Sei que desde a primeira vez que estive, deixei de ir apenas um ano, doente que estava com crise de depressão. No mais, saía de Santa Teresa, caminhava até a Central do Brasil, tomava o trem descia na estação de Madureira e vivia coisas que faziam essa odisséia valer a pena.

Esse ano achei especial, não precisei fotografá-la às escondidas, ainda que ela não quisesse fotos, posou com gente.

Tia Surica posso dizer, com dizia minha mãe, é "o pé de galinha que não mata pinto". As brincadeiras não posso contar assim aqui porque só iniciados saberiam interpretar e morrer de rir porque não têm mal mas são piadas tão internas que aos desavisados poderia parecer bullying.

Ter a amizade dessa pastora do samba (claro, só pode ser do samba, já que ela não cria nenhum rebanho de carneiros) é para os sinceros e os que a amam de verdade, pra quem encharcou a mente no "sereno", para queles que  pelo menos uma vez afogou a alma no "veneno", para quem um dia na vida teve um calo nas mãos ou no coração. 

O Cafofo da Tia Surica cantado em verso e por Teresa Cristina é como o samba, uma cultura onde a música é espinha dorsal e cola quente. Nos sustenta e mantêm de pé, alegoria que somos dos dias nossos no desfile pelas avenidas da vida, não importa qual a escola, qual a cor do nosso coração.

Gente que está longe vê as fotos e morre de saudade. Gente que não conhece o caminho deve ter uma invejinha branca, rosa ou azul. A vida tem seus caminhos e sinto-me feliz por ter aberto esse pra mim. Sempre digo: 
Dia 1 de janeiro no Cafofo é prenúncio que tudo vai dar certo o ano inteiro!


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