25 de jan. de 2009

Por que prometemos o que sabemos que não queremos ou não faremos?


Réveillon, tempo de mudanças e renovações! Tempo no qual o coração se não está em paz, fazemos com que fique e desejamos o bem para o mundo todo! Tempo de trégua! Tempo de muitas esperanças! De voltas por cima, dos sonhos possíveis ou não...Há mais ou menos 2054 anos, o governador romano Júlio César deu a toda humanidade um up em esperança. Foi ele quem, em 46 A.C., fixou o dia 1º de janeiro como o Dia do Ano Novo, dia dedicado ao deus dos portões, Jano, que tem duas faces, uma voltada para frente outra para trás. Daí a origem do nome do primeiro mês do nosso calendário - “janeiro”, já a palavra réveillon, vem do verbo francês réveiller, que significa “despertar”. Esperando ter impressionado meus leitores com tanto saber, a única pergunta que não quero que me façam é o que Júlio César tem a ver com o verbo francês, pois isso já é abusar da minha erudição! Gente 2008 acabou, 2009 taí! O barquinho foi lançado ao mar, levando nossos sonhos e expectativas e agora aguardamos que as ondas nos tragam tudo de bom. Mas e o verbo despertar? Vai caber em que momento do novo ano?


Vamos lembrar que o despertar pode ser a qualquer momento do ano novo ou não. Da sua vida que poderá ser nova ou não, a cada tempo que você quiser ou precisar. Vamos refletir que é muito melhor que nós próprios promovamos nossas mudanças do que deixá-las nas mãos do acaso, da tragédia ou da comédia (também deusas). Vamos começar pensando que o Ano Novo, a princípio é uma expectativa que logo após, transforma-se nuns poucos dias ou meses nos quais aguardamos o final do Carnaval e das férias para viver, para por em prática nossas saudáveis promessas que nos tornariam pessoas melhores... Sim, estou falando das resoluções típicas dessas datas: Entrar para academia, fazer caminhadas, parar de fumar, juntar dinheiro para um projeto mais complicado, fazer as pazes com alguém, procurar um médico ou correr para aquele cursinho chatinho mas que pode melhorar nossa qualificação profissional. Essas coisitas que a gente só marca para o ano seguinte ou segunda-feira próxima...

Por que prometemos o que sabemos que não queremos ou não faremos? Imaginamos que ficaremos mais felizes e mais saudáveis, porque na verdade estaremos mais sujeitos a aprovação das outras pessoas? Se a mídia não gerasse noite e dia imagens de “gostosas” saradas e “gostosos” definidos, certamente cortaríamos da nossa agenda imaginária esses compromissos enfadonhos! São coisas simples, mas nem tudo que é simples é fácil e nem tudo que pega bem pros outros é o que queremos viver. Reveillon é uma moda sazonal, como o verão e outras datas fabricadas, por romanos ou não. É mais uma daquelas ocasiões que os solitários e os desprovidos de grana tendem a se matar quando os descolados perguntam: “E aí? Vai fazer o que no Ano Novo?” Você tem que ter uma puta cobertura para ir, um amigo irado para convida-lo. Um turista para apresentar a Yemanjá, um mega-programa-de-final-de-ano? Não, não tem! Lembre que nos tempos antigos era sinal de status um homem hétero e casado ter um amante belo e jovem. Pense que não eram modelos com 0% de gordura que os mestres da pintura retrataram. Não será um minuto de proseco, 20 minutos de fogos que o farão mais feliz. Se você até hoje não cumpriu suas promessas de fim de ano, comece a prometer a você mesmo aquilo que faz bem a você, vai ser assim que você fará bem aos que o amam. Vai ser assim que você terá um Reveillon verdadeiro, um caminho perfeito para todo o Ano Novo!

E para você que pensa que Vicente de Carvalho é só no subúrbio, só um bairro ali, perto de Madureira, eu deixo como presente de Ano Novo um poema, dele, o poeta, não o bairro:

Essa felicidade que supomos –
árvore milagrosa, que sonhamos
toda aureada de dourados pomos,
existe sim: Mas não a alcançamos
porque está sempre apenas onde a pomos
e nunca a pomos onde nós estamos!

Viu como nada precisa ser realmente novo para ser novidade? Feliz 2009!

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