8 de jul. de 2009

PLANTAS MAL CUIDADAS NÃO GERAM FLORES NEM ATRAEM BEIJA-FLORES


Dentre todas as facilidades que a modernidade nos trouxe, a melhor talvez seja a liberdade. Hoje podemos nos sentir livres como um equipamento sem fio! Está cada vez mais fácil fazermos nossas escolhas e decidirmos nossas vidas sem levar em conta uma série de conexões externas. Complicado? Explico: As pessoas estão cada vez mais livres para exercerem suas escolhas e preferências. Antigamente havia os casamentos tratados entre famílias aos quais os filhos eram obrigados a ceder, a novela das 8 que começa às 9 e meia Daquela Emissora, mostra o núcleo tradicional indiano com sua tradição de castas que nos parece totalmente inverossímel, mas creiam: Houve um tempo em que era impossível desimpregnar da nossa vida as regras sociais! As mulheres já foram propriedades dos maridos e os filhos dos pais. Gays casaram-se tentando ter um pouco de sossego, simplesmente para viverem suas vidas...

Acontece que não são as obrigações sociais instituídas que nos obrigam a fazer o que não queremos ou não podemos... Somos nós mesmos, a nossa dificuldade de lutar,nossa incapacidade de colidir, a impossibilidade de nos permitirmos ser frágeis e demonstrar nossas fragilidades.
Alguns inconformados lutaram tanto que abriram caminhos para uma maior tolerância social, o politicamente correto, pode até ser uma hipocrisia, na prática proíbe que façamos algumas piadas mas também impede muitos moralistas de difundirem seus pensamentos preconceituosos, o que não faz da vida das minorias nenhum paraíso, é claro.
E quanto das amarras que nos impedem de ser feliz partem de nós mesmos? Luiza Brunet, a eterna bela, essa semana nos conta que está “sozinha e feliz. É inteligente ficar sozinha, pois estou tranquila. Faço o que quero. Acho muito bom”. Selton Melo, o talento que bomba nas telonas nos conta que lida muito bem com a sua solidão. “Tem gente que tem medo de ficar sozinho, eu não. A gente não programa relacionamentos, eles acontecem.” E agora?
Eles são lindos, bem sucedidos, famosos e aptos a fazer a felicidade de qualquer mortal. Dá pra pensar que pra eles é mais fácil, no entanto suas vidas são notícias e a intimidade restrita pela curiosidade humana natural que todos têm de saber da vida alheia e o julgamento que automaticamente se faz quando de posse de certas informações. Tipo assim:
Para a grande maioria das pessoas estar só é defeito e, para não potencializarmos este defeito, muitos de nós muitas vezes nos “atrelamos” a pessoas que em nada poderão contribuir para a nossa felicidade, muito pelo contrário...
Já repararam o poder de atração que uma aliança exerce no povo?
Já notaram a “fila” que se forma para os recém-descasados e para aqueles que atravessam crises conjugais?
Seriam os casados mais interessantes partindo do princípio que quem está só tem algum defeito? Claro que não! Luiza e Selton provam isso, mas às vezes temos dificuldade de ser feliz de uma forma diferente, pois a lenda urbana é que precisamos de uma alma gêmea, precisamos da metade da laranja, precisamos da tampa da panela. Pergunto:
Você estaria feliz sendo apenas a metade de alguma coisa? É muito mais fácil ter bons relacionamentos quando estamos inteiros, de bem coma a vida de tal modo que estar sozinho seja uma excelente oportunidade para dialogarmos e fazermos bons programas com a excelente companhia de nós mesmos.
Portanto nada de atacar com aquele discurso dos que não querem nada nem ninguém até o momento que surge a oportunidade de por alguém do seu lado e colar nele o adesivo “tem dono”!
O dono de você é você, estando inteiros somos parceiros, companheiros, amantes, pessoas! Essa relação de metade não foi feita para seres humanos completos que já nascemos inteiros com as sementes da felicidade. Por falar em semente, cuidar de um jardim acompanhado é bacana, cuidar de um jardim sozinho não é impossível e plantas mal cuidadas não geram flores nem atraem beija-flores. Nesse inverno pense na primavera.

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