10 de abr. de 2010

Crônica de Abril de 2010


No BB10 aconteceu um fato que achei interessante. Eliezer brigou com Lia e aos berros disse que queria ir com ela para o paredão. Para quem não sabe, paredão é uma espécie de berlinda na qual, o público escolhe por voto quem deve deixar a competição. Depois desta briga houve a Prova do Anjo. Prova do Anjo é uma competição onde o vencedor ganha um colar que deverá passar para outro participante e este fica imune, ou seja, não pode ser escolhido pelos outros para ir ao paredão. Essa prova foi vencida por Cacau. Cacau é uma participante que “ficou”, namorou, se enroscou – como queiram- com Eliezer. Então, Cacau pegou o tal colar e o entregou para Eli. (Eli é o apelido de Eliezer)Assegurando a ele a permanência no jogo por mais uma semana. O resultado disso é que os outros concorrentes, como uma forma de “quebrar” a dobradinha, enfraquecer o adversário e, claro, vingança mesmo, mandaram a Cacau para o paredão e o público votou para que ela saísse do programa. Até então Cacau era forte candidata a vencer a competição. Linda, tatuada e boazuda, era a preferida de muita gente boa.
Na semana seguinte foi a vez do seu namorado despedir-se do programa. O motivo para ele ter sido indicado para a berlinda segundo os concorrentes na casa: ele foi covarde, não deveria ter aceito o colar do Anjo. Deveria ter falado com a namorada que não desse a ele o valioso, cobiçado e útil colar. Cacau diz não se arrepender, mas poderia ter agido diferente talvez se ele tivesse pedido. Ele teria tido um tremendo ganho de imagem se tivesse feito isso e quem sabe, a história teria outro desfecho para ambos e demais envolvidos... Ele ficou com cara de tacho porque “se achava” e o público ficou feliz de praticar uma espécie de justiça.

Fico pensando sobre as pessoas que esperam de nós uma atitude,esquecendo-se de combinar isso com a gente... Mais ou menos assim:  A pessoa faz uma pergunta tendo uma expectativa de resposta, aquilo que gostaria que respondêssemos. Como quando alguém te faz um convite desejando no fundo que a gente não aceite. Aí aceitamos e a pessoa fica decepcionada, às vezes até magoada e chegando no local tem um comportamento meio que sombrio, frio, distante de quem não está gostando e a gente se pergunta: “por que”? E a gente pergunta: “o que você tem”? E a criatura responde: “nada”... Só saberemos a verdade numa briga qualquer que aconteça por motivo nenhum ou exatamente por este: “Naquele dia eu fui só porque você queria ir”! “Você não me entende”! “Você é egoísta”. Será que temos que ter uma ligação telepática com o amado? Será que a sintonia num casal não pode falhar? Como vai a sua capacidade telepática?!

Por mais que se negue, temos estereótipos que vão além do cavalo branco ou pezinho de princesa. È usual nos apaixonarmos pelo que a pessoa tem de melhor e nos exibe e também pelo que projetamos nela e mais aquilo que achamos que ela não tem mas poderá desenvolver em função do amor...  Mas onde está o nosso esforço para também dar-nos a conhecer. Nossa busca por demonstrar o que sentimos e fazer crescer a intimidade através da transparência? Temos medo de nos mostrar, mas queremos que nos adivinhem...

É a rotina que vai desenhar o perfil do amado o mais próximo da realidade, mas é a nossa maneira de olhar para quem amamos que vai definir se este desenho será ou não uma caricatura, um rascunho. Podemos nos apaixonar por alguém num período curto, mas ceder e entregar são atitudes de amor e dificilmente amaríamos alguém em 60 dias nas condições que este programa oferece.
É fato que muitas vezes vivemos amores que nos expõem e colocando a galera como uma espécie de torcida organizada ou não. Fica todo mundo de olho se as coisas correrão bem ou não. Todo mundo na expectativa do que vai dar aquele romance. É fato que todos nós somos celebridades dentro do nosso círculo. Cada um tem o público que pode, tanto em qualidade quanto em quantidade. Creio que por isso tem tanta gente que hiberna, desaparece ao encontrar um par.
Eliezer, foi egoísta e traçou uma estratégia burra, confiando que o público estaria ao seu lado. Não percebeu que sua atitude demonstraria  covardia e/ou egoísmo. Quem de nós não suspiraria por alguém que demonstrasse querer nos proteger ainda que corresse algum tipo de risco com isso? Eliezer era o louco apaixonado, cego de ciúmes, no entanto foi Cacau quem demonstrou para que serve o gostar de alguém. Quem ama cuida. Quem ama se arrisca, se expõe e se revela. Não espere que te adivinhem, dê no mínimo umas dicas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fique à vontade pra dar sua opinião.