21 de ago. de 2020

ENCONTROS E DESPEDIDA

 

Dinho Santiago - crédito: Foto Rozzi Brasil

Uma das minhas primeira amizades na Portela, só que feita fora da quadra mas muito debaixo das asas da águia. Primeiro foi no Orkut, depois na Feijoada da Tia Surica no Rival. Onde eu ia o encontrava. MAM, MAR,Museu do Amanhã, Lapa, Barra, Cachambi... A gente ria porque depois de nos conhecermos nos encontrávamos o tempo todo. Éramos "ratos de samba", mais que isso: Éramos trabalhadores do samba, eu adm , ele, músico e a gente corria muito atrás, a gente trabalhava demais e trabalhava rindo. Rindo e zoando.

 Quando Eliane Faria convidou Filhos da Águia pra participar do seu show comemorativo dos seus 25 anos de carreira que eu produzi, lá no Municipal de Niterói, quem estava lá fortalecendo a galerinha? Quem? Quem?

Ele. Menino bonito, homem bom, sorriso encantador.

 Antes de embarcar pro festival de Recife, fiz aquele workshop pra aprender a falar em público. Aula feita, a professora, Ledjane Motta ia fazer uma apresentação e quem estava lá para acompanhá-la na percussa??? Quem? Quem? Ele, Dinho Santiago!

 Contava comigo na torcida dos Crias e quando entrei pro Samba das Guerreiras Presente não se fazia de rogado, continuava contando e dizia:

- Se o meu samba cair primeiro vou pras Guerreiras, se o teu cair, vem pros Crias.

E a gente ria. Gargalhava. Bebia. Samba Dos Crias era uma grande paixão dele.

 Certa vez, na disputa de samba enredo, a gente ficou sem tubadora pro alusivo no palco da Portela. Ele tocou com a parceria dele, trocou a camisa e veio ajudar a gente. Tanto tempo no samba e foi a primeira vez que vi uma história de solidariedade e amizade do jeitinho que os antigos me contavam.

 Ele era: Tamujunto, xácomigo, queêsso? Pode desanimar, não! Bóra fazer.

Um coração gigante.

O cara que me fez aprender a gostar de caixa.

O cara que ficava possuído quando tocava.

O cara que parecia criança no meio dos seus brinquedos, ali com aquele monte de tambor à sua frente e nunca, nunca deixava de fazer uma pose e dar um sorriso pras minhas lentes.

- Ô Rozzi me marca nessa foto, hein!

 O bebê da Velha Guarda Show, foi tocar lá no azul mais puro, mais bonito onde tudo é infinito.

Obrigada, Dinho Santiago por tudo! Aprendi muito com você, com sua generosidade, com a sua alegria. A vida é assim, quando a gente aprende, parte, muda de tempo, passa de ano, troca de mundo.

Vai na paz. Vai tocando. Que meu pai te guie como sempre. Ver menos


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fique à vontade pra dar sua opinião.