20 de jul. de 2011

Coluna |"REVISTA S!"| de junho/2011

Li certa vez um livro cujo autor dizia que os homens por instinto, buscam mulheres jovens, belas e saudáveis por estas estarem aptas a engravidar perpetuando a espécie Um amigo meu, quando visita uma empresa com muitos homens bonitos sempre comenta que “o processo seletivo só pode ter sido feito por algum gay, porque mulher não tem esse gosto todo, não!”   Uma amiga por sua vez, me garante que toda a vaidade da mulher tem como objetivo conquistar os homens. Coisas assim são combustíveis para a fogueira da minha imaginação: Homens estão sempre dispostos a transar ou procriar. Mulheres estão sempre dispostas a se exibirem para serem conquistadas e gays vivem para apreciar a beleza alheia em todo e qualquer canto?


Diante das estatísticas que informam nascer sempre um número muito maior de mulheres do que de homens, aceito a tese do autor e imagino que o ”raciocínio” da mother nature vá em direção à reprodução.  Afinal, hipoteticamente, se um homem transa  com uma mulher por dia, poderá produzir 365 filhos ao ano e uma mulher não terá mais que um, ainda que transe alucinadamente com vários homens por dia sem nenhum método contraceptivo... Mas o que vejo me faz  discordar da minha amiga, mulheres se arrumam para encantar e seduzir os homens? Creio que é justamente o contrário, mulher se arruma, penteia e perfuma numa tentativa quase insana de abalar a concorrência feminina!
Um homem quando vê uma mulher gostosa, admira e se torna predador, caçador, perseguidor. Sim, ele parte para o ataque na missão de gerar um novo exemplar da espécie ainda que “destruindo” o espécime que lhe atraiu. O seu ímpeto é o de colecionar e talvez, não lhe passe pela cabeça a idéia que aquele belo exemplar logo será uma lembrança a mais, como a cabeça de um alce pendurada acima da  lareira de um caçador. Uma foto a mais para se guardar ou para se excluir do perfil do site de relacionamento. Ainda assim, ele admira.

Uma mulher ao ver a outra linda e gostosa, tem olhos especializados em encontrar algo que não seja digno de admiração. Um pneu, um peito caído ou pequeno demais, uma estria, um cabelo falso, uma nádega de silicone. Como se essas coisas pudessem realmente denegrir. Mesmo assim ela corre para tentar clonar em si tudo o que puder daquela bela que aos olhos delas “nem é grande coisa”. Quase um ritual de antropofagia...

Neste ponto do meu raciocínio comecei a ter admiração pela ternura que muitas lésbicas nutrem pelas mulheres femininas. As lésbicas, ditas “caminhoneiras” percebem mesmo nas menos belas, um encanto que as próprias não conseguem ver e põem-se a reproduzir os gestos que os homens não  estão mais tão dispostos a ter: gentilezas simples ou complexas como enviar flores ou  acreditar no que suas musas lhe dizem.

O conceito de ativa e passiva que hoje se encontra em estado de história da carochinha ainda é parte dessas mulheres que penduram em suas lembranças os orgasmos proporcionados àquelas que ousadamente, desistiram de esperar que em cima do cavalo branco venha montado um príncipe encantado e do sexo masculino. Na teoria tudo isso funciona super bem, o diabo é que mulheres não pensam em “abater suas vítimas” num dia, nem planejam perpetuar a espécie entre elas! Não lhes, basta a sensação de vitória de uma conquista. Uma transadinha, pra mulher não é o fim, mas um começo...

A mulher quer levar pra cama, quer ir pra cama, sim, mas também pro shopping, cinema, boate. Não quer domingos livres pra sair com as amigas. Elas querem levar pra casa, querem companhia que possa  ser acintosamente desfilados na cara das suas “concorrentes”. Mulher deseja companhia que a faça  feliz de um jeito que possa ser exibido mundo a fora, afinal, de que adianta ser feliz se as amigas, inimigas e ex não  ficarem sabendo de tanta felicidade?

Se os grandes pensadores filosofaram a respeito do ter e do ser, foi a mulher que abriu a terceira via, criando o verbo parecer. Parecer jovem, parecer bela, parecer rica, parecer feliz. Não há festa, bar, boate ou encontro suficientemente bons se não oferecerem oportunidade de parecerem  lindas, arrojadas e disponíveis. Uma balada para ser boa tem que ao menos se parecer com uma grande oportunidade  na qual  encontrarão  finalmente, “a pessoa” da sua vida! E, como  se trata de mulher, pessoa  para levar para casa, apresentar às amigas e exibir  é claro, nas rede sociais para que  a ex de alguma forma fique sabendo.

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