8 de abr. de 2013

Se ninguém merece, ninguém é obrigado


Quando eu era criança, fez sucesso nas rádios uma musica com o título “Pare o mundo que eu quero descer” e quem de nós pelo menos um dia na vida não pensou o mesmo?
                            Acabo de ver um vídeo onde aparecem três homens torturando um gato amarrado pelo pescoço com uma corda, fazendo dele um io-iô, tendo colocá-lo numa lixeira. Os gatos estavam numa área comum do condomínio e isso irritou alguns moradores.
                    Antes do carnaval, a princesa gay da Mocidade Independente de Padre Miguel, foi espancada e jogada do alto de um viaduto de mais ou menos  vinte metros. Quebrou o fêmur e a bacia, aguarda vaga para uma cirurgia e, obviamente perdeu a oportunidade de desfilar. Ao ser  jogada ela se manteve pendurada e os agressores pisaram em suas mãos para que caísse.

             Duas notícias violentas, de agressões covardes. O que elas tem  em comum além da violência  covarde de quem as praticou? Pessoas que concordam , que se nivelam aos assassinos pela covardia. Não há o que atenue a monstruosidade de alguém que concorde com  as práticas de violência extrema, contra seres indefesos.  Essa mesma covardia que vê como natural e até como justiça a violência, o espancamento, o crime  que enxerga como justiça a negação dos direitos civis com base em valores, conceitos, dogmas e tabus que não lhes prejudica em nada.  
                             Ninguém é obrigado a gostar de gatos,  ninguém é obrigado a varrer da face da Terra aquilo que não gosta. O que não significa que torturá-los até matar seja uma alternativa para livrar-se da sua convivência com o felino.  Do mesmo modo, parar seu carro na rua, atrair um homossexual, para  em grupo espancá-lo e tentar matá-lo é indefensável.  Mas há os que defendem e acham certo, os mesmos que pensam que uma criança abandonada está  em melhores  condições nas ruas ou sendo vítimas de maus tratos do que sendo adotadas por famílias homo afetivas.   Essas pessoas  provavelmente são as mesmas  que fecham o vidro ao perceberem menores nos sinais exercitando seus expedientes para ganhar uns trocados. Os mesmos que viram a cara para não verem crianças dormindo nas ruas. Seriam homens desse tipo, os mesmos que engravidam mulheres e  dão no pé . Seriam esses mesmos que  se declaram contra o aborto, insensíveis ao fato de a ilegalidade provocar a morte de uns e o enriquecimento de outros?  São esse tipo de pessoas que queimam mendigos  e índios dormindo, que espancam domésticas na madrugada confundindo-as com prostitutas. E somos nós que respiramos aliviados por não estarmos na cena do crime, por não sermos a vítima do crime...

                                 São muitos os tipos de covardia, a covardia de não assumir seus atos, de ser forte e másculo diante daqueles que não podem se defender, de agire na calada da noite ou protegido por um nickname comentando nas noticiários on line.

Pessoas que se julgam melhores e superiores por  simplesmente não serem aparentemente quadrúpedes ou por viver conforme determina uma lei criada há muitos anos com o objetivo de conter todos aqueles que eram diferentes dos interesses do seu legislador. Uma lei  tão absurda por autoritária que é, que precisou ser criada em nome Deus. 

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