9 de jul. de 2014

PORQUE TORCER POR PRIMOS ou HERMANOS?

O único bolão que marquei (bobeira) tem como vencedora a Holanda. Em parte porque acho linda aquela cor laranja, um pouco porque o Van Persie tá um gato assim ficando grisalho e porque achei que tá na hora deles, afinal, revolucionaram e se mantiveram mesmo quando o eixo do carrossel parou.

Para isso servem as revoluções para nos trazer melhora na vida ou pra gente entender que era feliz e não sabia, mas uma vez revolucionado nada volta a ser como antes.
Os caras batem um bolão, são simpáticos pra caramba, correm horrores e eu estava "xatiada" com a seleção brasileira desde que demitiram o Mano Menezes justo na hora que eu pensava que ele estava conseguindo se achar.

Também não gostei do Kaká ter sobrado, não entendi porque o Robinho ficou de fora. Além das minhas eternas reclamações "trabalhistas" contra quem acha que experiência é defeito, sei lá quem era Henrique, Maxwel e, o último Bernard esportista que conheci era aquele do Jornada nas Estrelas, mas aí era vôlei e não conta. Com tantas opiniões, preferia ficar calada porque já chega o que escuto por chegar de madrugada, trabalhar com a homarada, viver no samba e torcer pelo Botafogo... Mas até pensei que o Felipão chamou uns certos nomes para fugir da frase famosa do Vinicius sobre a beleza e sua importância..

Enfim, que meu bolão tá "micado" porque não sabia que deus tinha desistido de ser brasileiro e adotado outra cidadania e sendo assim,  juro que eu entendo Ele!
Entendo de futebol o suficiente para surpreender os ainda machistas, um pouco para impressionar as meninas, o que significa, que até eu sabia que isso de apenas substituir Neymar sem "mudar o esquema" ia dar merda e talvez, sendo assim, eu saiba até mais que o Felipão....

Tudo bem que o campeonato que sonho passa meio longe do gramado e muito perto das panelas e pra isso tem que ser jogado na Escola.

O único esporte que pratico é proibido para menores mesmo percebendo que na prática eles estão me dando um chocolate...
Apesar, contudo, todavia, mas, porém, alguém me explica por favor, por que eu tenho que torcer para alguma outra seleção?
Porque eu tenho que ter orgasmo ao pensar numa derrota hipotética para Argentina?
Por que eu não posso simpatizar com a Holanda?
Por que eu teria que torcer pra Alemanha?
Não faz sentido...
Ninguém torce para outro time quando o seu se desclassifica.
Afinal, se não tivesse seleção brasileira, todos esses jogos no ar desde o dia 12, para mim teriam o mesmo valor daquelas partidas remotas entre times desconhecidos que passam o ano todo, todo o tempo no SPN...

3 comentários:

  1. Torcer não chega a ser, mas apesar da rivalidade e da certeza de que os hermanos vão ficar ainda mais insuportáveis eu vou contra todos os meus princípios e prefiro que a Argentina ganhe. Depois da surra da gente parece que eu estou vendo as manchetes esportivas dizendo que "essa copa marcou o declínio do futebol no continente americano", quando isso seria injusto. Teve Colômbia, Chile, Costa Rica, os próprios Estados Unidos. A equipe brasileira era fraquinha, eu sabia que os alemães iam ganhar, mas a surra que a gente levou já tirou nossa credibilidade, a imprensa daqui não para de martelar que a gente acabou; não queria que esse descrédito fosse extensivo ao continente.
    (E no que nos diz respeito vai continuar, os brasileiros estão abalados demais pra ganhar da Holanda).

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  2. Nossa, Daia, como esse comentário demorou a aparecer pra mim!
    Olha, essa Copa me ensinou muitas coisas! Parece que a viagem veio até mim, não precisei sair do país para viajar para muitos outros países.
    Aí de longe você tem essa visão de preocupação com o que vão dizer (iriam), mas eu nunca acreditei que a mídia européia fosse decretar a morte do futebol LA. Agora que tudo passou, embora não acabou, estão fazendo isso?

    Bem alguma legado que a Copa me deixou:
    - Não adianta o governo fazer arrumação,maquiagem, deportar pobres pros confins do estado, desmontar comunidades: A mídia internacional vê e noticia. O tom de denúncia é substituído nas entrelinhas de por aviso. Mas não passa em branco.

    -Uma coisa é conhecer o povo no país dele, outra coisa é estar com esse povo no nosso país, principalmente se esse povo for argentino. A intimidade da proximidade deixou os caras sem noção, achando que aqui era muito mais que a casa deles e que podiam aqui fazer o que não fazem lá. Tocar fogo na bandeira, acampar na praia e esquecer que lá tem banheiro público, que somos mais escuros, sim, mas macaco é a puta que pariu eles!

    - Que tem muito latino que vai ficar por aqui mesmo. Muitos além dos 40 que pediram socorro na Embaixada, esses querem mesmo ir e não tem como, mas tem muitos que já estão aqui por hora no sub-emprego.

    - A nossa prefeitura fez de tudp pra melhorar a vida dos vistiantes mesmo que infernizasse a do habitante. Os feriados foram a maior prova de incompetência para gerir o trânsito, incapacidade de terminar a tempo as "obras da Copa", certamente achando que todos amariam o procedimento

    - O carioca está amadurecendo e percebendo que feriados não são bons negócios conforme o seu ramo de negócio.

    Termino depois. Bj

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  3. Só pra responder sobre a parte dos argentinos terem ficado sem noção. Isso eu falo com um olhar distante mesmo, pq essa ficha acho que só caiu mesmo depois de eu ter mudado pra cá e de observar duas coisas: os brasileiros aqui e os sul-americanos em geral. Os argentinos são muito, mas muuuuito parecidos com a gente! Eu acho que boa parte da nossa rivalidade vem disso. De longe, mesmo reconhecendo a que ponto é irritante para nós, brasileiros, ver esse monte de hermanos zoneando o nosso espaço, uma coisa que eu pensei foi que se tivesse sido ao contrário, uma copa na Argentina, os argentinos pagando mico nas semifinais e a gente na final, a nossa reação teria sido igualzinha, inclusive na farofa e na porcalhada nas ruas. Sul-americanos se viram como podem e nunca que um problema como falta absoluta de dinheiro (inclusive pra voltar) teria sido obstáculo pra gente invadir Buenos Aires e torcer pela Seleção.
    Olha o comportamento da gente no nosso próprio carnaval. A gente ter precisado de um "choque de ordem" pra parar de mijar na rua. Olha qualquer praia carioca logo após um show, a quantidade de lixo jogado, a quantidade de sujeira que fica.

    Eu não consigo me impedir de me identificar demais com os argentinos. Eles são a gente no espelho! Brasileiros e argentinos são sim espaçosos, a gente, na nossa alegria de estar ganhando, de ver nosso país brilhar perde totalmente a noção. É errado? É. É irritante? Sim, demais. Mas é humano, é sul-americano e é compreensível. Eu tenho no mínimo indulgência por eles.
    Eu trabalho na Disney da Europa, e por isso tenho muitos colegas que já trabalharam nos parques da Flórida e da Califórnia. Eles, os empregados, tem uma tremenda implicância com os brasileiros que visitam os parques, basicamente pelos mesmos motivos que tornaram a visita dos hermanos tão irritante aí no Brasil.
    E vou até mais longe; os próprios franceses que vivem na fronteira com a Alemanha dizem que eles, tão organizados e limpos na própria terra, tocam o terror quando passam pro lado de cá da fronteira. Isso é a natureza humana. De férias e em tempos de festa as pessoas baixam a guarda.

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