24 de out. de 2014

A FLOR NO RUSH

Hoje, depois de uma chateação, no meio da rua, em pleno rush, uma menina desconhecida, aparentando uns 9, 10 anos, uniformizada, aparentemente vindo da escola, acompanhada por duas senhoras e outra menina,  no caos trazidos para as calçadas  pelas  distantes e estreitas travessias da BRT com seus sinais com tempo insuficiente para que atravessemos as pistas, me parou, esticou sua mão e entregou-me essa florzinha. 
Como quem estende um comprimido a quem sente dor. Como que oferece um copo d'água para quem tem sede. 
Como brinde, ainda me entregou  seu  sorriso ao perceber o meu espanto. Surpresa, sorri e só deu tempo de dizer obrigada, depois de perguntar se era realmente pra mim. 
Como uma visão, uma ilusão, uma miragem, vi-as afastarem-se no tumulto enquanto eu tentava perceber se a flor era natural ou artificial,como se isso pudesse ter alguma importância. 

É impressionante a linguagem que a vida escolhe para conversar com a gente.

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