A
vida andou se complicando.
Comprar
lâmpadas é um teste de paciência tantas são as opções, referências e tipos.
Entender no site da Supervia os horários dos trens no domingo provou que eu não
sou tão inteligente quanto pensava. Pegar BRT carioca exige algumas anotações e
um tanto de pesquisa.
Os
ônibus que tinham letreiros que
informavam o local para onde estavam indo - quando iam, e o da volta, agora tem um letreiro único que
pisca, corre, passa gira informando sempre a mesma coisa e coitado de quem não
conhece o local (mas hoje em dia quem conhece como ir e voltar por aqui?)
Não
sou daquelas que dizem que "no meu tempo era melhor", até porque, meu
tempo é hoje e sempre será enquanto eu estiver viva, respirando e com coragem
de ir à rua, por mais desrespeito que eu encontre com mulheres de meia-idade, idosos de quqluer gênero, deficientes e todo mundo que não esteja enquadrado no padrão jovem-bonito-sarado-branco-bem vestido-aparência de rico. Acontece que num passado
recente os produtos e serviços priorizavam o consumidor, os transportes até
pareciam que eram para o usuário, as empresas treinavam seus funcionários para que oferecessem informações dignas, decentes às pessoas dispostas a ágar por seus serviços. As
coisas eram apresentadas de modo a facilitar a nossa vida. Hoje, elas ainda são criadas para facilitar (não coloquem nessa lista a tomada elétrica padrão
brasileira) mas a forma como chegam até
nós, a maneira como nos tratam não facilitam nada. Parece que tudo é apenas
para ter e enfeitar as vitrines. Somos chamados pelas propagandas e no entanto temos que comprar e nos virar no escuro. O atendente da loja parece que não está ali para vender, o taxista no
ponto primeiro precisa terminar a conversa com o colega, depois pergunta para onde você
vai e se for corrida longa ele não pode, se for corrida curta, ele não vai, se for próximo à comunidade ele não pode. O motorista do ônibus não para, quando você puxa a cordinha para descer ele para no ponto seguinte e se reclamamos somos chatos.
A gente
chega num supermercado pergunta onde fica a seção de um determinado produto e o
funcionário aponta como se mostrasse um avião e diz:
- ali.
E lá fico eu perdida entre o dedo e o nada que ele aponta. Um dia
ainda vou pedir para fotografarem a minha cara de idiota diante das informações
desse tipo.
Lembro
de um tempo em que aqui no Rio de Janeiro,
o paulista tinha fama de informar errado e com mau humor, naquela época
o carioca ensinava errado mas de uma maneira bem correta. Hoje ele não sabe -
normal, ninguém sabe mais se locomover no Rio de Janeiro e quando sabe fica
engarrafado em algum lugar, sem contar as vezes que sabe diz que não sabe e quando se
propõe a informar o faz com uma cara de resignação que eu tenho vontade de
explicar que não preciso que me leve, apenas que me informe.
Não bastam as recepcionistas que navegam nas redes sociais em vez de nos atender, motoristas que falam ao celular enquanto dirigem e as amizades que deixamos de fazer porque todos estão com a cara enfiada em algum eletrônico. O ser humano perdeu a graça, o contato perdeu a importância e o emprego embora esteja difícil os empregados não se dão conta que atender bem é a sua função.
Há coisas que a gente só aprende errando, andando e dando voltas.
Há coisas que a gente só aprende errando, andando e dando voltas.
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