Marcelo, Marmelo, Martelo é o nome de um conto
para crianças, recheado de inocência , porém nada infantil e, por isso muito
recomendado para nós adultos de todos os tipos, principalmente os que
querem mudar o mundo e fundamentalmente para os que querem que o mundo
permaneça o mesmo.
Nesta historinha que dá nome ao livro de Ruth
Rocha, Marcelo é um menino curioso, e interessado no mundo que o cerca que, num
belo dia, percebe que as coisas não tem os nomes apropriados às suas funções.
Perguntador, deixa os pais muitas vezes sem respostas para as suas perguntas
que de tão simples são complexas e “irrespondíveis”. Descobrindo que as
palavras têm origem no latim e que latim não é o nome de uma idioma dos cães
ele decide renomear tudo! Promove uma revolução
no seu vocabulário, deixando seus pais preocupados com o que os outros
vão pensar e dizer.
De posse das informações dessa histórinha, é
inevitável não se transportar para
caldeirão da sopa de letrinhas que se tornaram as siglas que designam no
mundo, os que tem orientação sexual
diferente do que foi convencionado, não sei quando nem porque, muito menos por
quem.
No programa Amor & Sexo em que
participaram Rogéria, Juliana Paes, Nélson Freitas, Jorge Luiz Fernando houve
uma boa mexida nesse caldeirão, onde a até maravilhosa Rogéria se confundiu na
sua autodesignação. Não é para menos, afinal vive-se o que se é, mas os nomes
nos são atribuídos sempre por terceiros, nós apenas gostamos ou não,
assimilamos ou não e nem por isso, temos muitas vezes a prerrogativa de
mudar... Charmosa e didadicamente Fernanda Lima esclareceu, a sigla mais
completa e atual usada pelos movimentos sexuais, onde:
L – LÉSBICA: “Meninas que gostam de meninas”
L – LÉSBICA: “Meninas que gostam de meninas”
G – GAY: meninos que gostam de meninos
B – BISSEXUAIS: “Meninos que gostam de
meninos e meninas e meninas que gostam de meninas e meninos,“ou seja, pessoas que gostam de pessoas” ou seja o
arcaico termo “gilete” como lembrou Jorge Luis Fernando
T – TRANSEXUAIS: “quando o corpo e a mente
não possuem o mesmo sexo. Um homem que nasce num corpo de mulher uma mulher que
nasce num corpo de homem”
T - TRAVESTI: “Homens que se vestem de
mulhers ou mulheres que se vestem de homens. Eles até podem fazer mudanças
estéticas mas não sentem desconforto co
o sexo anatômico”.
I – INTERESSEXUAIS: “A sigla moderninha para
chamar os hermafroditas que possuem as características dos dois sexos”.
Juntando tudo: LGBTTIS! Fácil, não?
Na platéia havia duas pessoas apresentadas
como transsexuais, ou seja, não foi possível saber seus nomes, que contribuíram valorosamente na divertida
“aula”, principalmente trazendo o termo, quase trava-língua: REDESIGNAÇÃO
SEXUAL, ou seja a readequação pela qual passam as transexuais no processo de
unificação da mente com o corpo, logo, READEQUAÇÃO do corpo à mente.
Mais: Transexual e travesti são identidades
de gêneros e não orientação sexual. Por exemplo, um travesti pode se relacionar
com homens, com outro travesti ou com
uma mulher, diferentemente do que defendem os conservadores que na verdade
desejam que a diversidade sexual não exista e não se relacione...
Os gêneros de identidade sexual cresceram e
multiplicaram ressaltando a necessidade de
liberdade para diversas orientações, ou apenas saíram do armário e
cobram seus direitos de existir e viver plenamente. Há os que não acham muito bom ter para si uma
sigla, mas é pior não constar no cadastro de seres humanos vivos e
participantes da sociedade. O ideal seria que todos fossem conhecidos e
respeitados apenas pela única referência que une: humanos, todos exatamente
iguais, perante a lei e integrantes do reino animal. Mas o que fazer se a sociedade
optou justamente pelo que separa em vez de viver o que
torna todos iguais?
Marcelo, Marmelo, Martelo depois de um acidente, quase uma catástrofe, tem um final feliz que não podemos deixar de transcrever aqui:
“E agora naquela família, todo mundo se entende muito
bem. O pai e a mãe de Marcelo não aprenderam a falar como ele, mas fazem força
para entender o que ele fala. E nem estão se incomodando com o que as visitas
pensam”...
Esse é o final desejado para aqueles que ora
são chamados também de “diferenciados”. Levante a mão quem não quer esse
desfecho para a sua história. Inocente, claro que sim, infantil jamais!
Referências:
Marcelo, Marmelo, Martelo e Outras Histórias
Marcelo, Marmelo, Martelo e Outras Histórias
Rocha, Ruth /
Salamandra (Infantis)
Programa Amor &
Sexo , Apresentação Fernanda Lima; Direção Paulo Silvestrini, Daniela Gleiser,
Gisela Matta; Roteiro final: Rafael Dragaud; Escrito por: Alexandre Rossi,
Arnaldo Bloch, Claudia Gomes, Leandro Muniz, Tati Bernardi. TV Globo
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