6 de fev. de 2020

LEI DE INCENTIVO À CULTURA PARA QUEM?

 

Teste de som do curta Procuram-se Mulheres no Sesc Bauru

Quando eu era só produtora artística, era um nó na garganta, frio no estômago toda apresentação. De medo. Não era para ser assim. Quem vive da arte vive experimentando o medo, a indiferença, dormindo com gosto de caos na boca, mas acordando a cada dia com o sabor da esperança na saliva.

Os trabalhadores da Cultura, são sensíveis, não merecem além das incertezas de mercado, humores do artista, deslumbre dos agregados, ainda ter que conviver com o patíbulo do comportamento governamental.
Sabe por que?
O mercado da arte e da Cultura é dependente dos empresários, já que temos tido governos aristocratas de culturas importadas. Somos um país mestiço, amarrado a valores nórdicos, regidos por pessoas que não entendem o que é Cultura. Enfim, o governo lava as mãos, não acha que tenha qualquer obrigação com a Cultura do do povo de um país que lhe paga todos os luxos. Assim, não importa qual seja a lei de incentivo, sempre será um empresário que vai definir o que você assiste. E ele nunca vai escolher você, artista ou produtor suburbano, desconhecido por mais que você seja bom e mereça. Ele vai escolher um renome aclamado midiático famoso, que também não vai mamar nas tetas, apenas vai receber o cachê combinado. A única parte que recebe dinheiro de volta na Cultura é o patrocinador e ele não perde nunca. Ele não investe, ele bota o dinheiro que já tem pra girar tem como objetivo a exposição da marca, então leis de incentivo à cultura pra quem? Lei de incentivo às empresas.
Deixa pra lá.

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