Quando eu era só produtora artística, era um nó na garganta, frio no estômago toda apresentação. De medo. Não era para ser assim. Quem vive da arte vive experimentando o medo, a indiferença, dormindo com gosto de caos na boca, mas acordando a cada dia com o sabor da esperança na saliva.
Os trabalhadores da Cultura, são sensíveis, não merecem além das incertezas de mercado, humores do artista, deslumbre dos agregados, ainda ter que conviver com o patíbulo do comportamento governamental.Sabe por que?
O mercado da arte e da Cultura é dependente dos empresários, já que temos tido governos aristocratas de culturas importadas. Somos um país mestiço, amarrado a valores nórdicos, regidos por pessoas que não entendem o que é Cultura. Enfim, o governo lava as mãos, não acha que tenha qualquer obrigação com a Cultura do do povo de um país que lhe paga todos os luxos. Assim, não importa qual seja a lei de incentivo, sempre será um empresário que vai definir o que você assiste. E ele nunca vai escolher você, artista ou produtor suburbano, desconhecido por mais que você seja bom e mereça. Ele vai escolher um renome aclamado midiático famoso, que também não vai mamar nas tetas, apenas vai receber o cachê combinado. A única parte que recebe dinheiro de volta na Cultura é o patrocinador e ele não perde nunca. Ele não investe, ele bota o dinheiro que já tem pra girar tem como objetivo a exposição da marca, então leis de incentivo à cultura pra quem? Lei de incentivo às empresas.
Deixa pra lá.
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