Esse texto começou num post do facebook. Não estou colocando o que disse meu interlocutor porque não pedi autorização. Suprimi alguns trechos iniciais, porque deslocado do contexto pareceria que sou contra as greves, não sou, muito pelo contrário, acredito que a greve talvez seja a única voz capaz de fazer o povo ser ouvido pelas autoridades, ainda que elas promovam fatos lamentáveis para alguns dos seus participantes. Carrega consigo a marca das ruas, dos punhos cerrados, das palavras de ordem, dos cartazes e reivindicações.
E o que sobrou da conversa que no momento posso postar aqui, é isso:
E o que sobrou da conversa que no momento posso postar aqui, é isso:
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Fazendo um paralelo do pão e circo com a greve:
Nós brasileiro fomos adestrados para odiar greves. Nós
brasileiros fomos induzidos a supervalorizar o futebol. Muitos de nós
brasileiros não sabemos exatamente o que vem a ser "comunismo", mas
fomos levados a temer comunismo e esquerda. Através de idéias disseminadas
pelas mídias que serviram à ditadura. Lembra?" Pátria de chuteiras",
"Ame-o ou deixe-o", "Esse é um país que vai pra frente" e
tantas outras arbitrariedades usadas numa lavagem cerebral.
Nada contra o pão e o circo, duas necessidades do ser
humano, mas não temos dinheiro pro circo e nem pro pão e esses nos são servidos
como se fôssemos os cães de Pavlov.
Recriar uma consciência, reeducar um povo que foi
estimulado à prática do jeitinho, que aprendeu admirar as carteiradas, a
respeitar os que galgaram status com abuso e desrespeito.
Fala-se de combate à violência, usando-se das maiores
truculências. O poder nos implantava o terror e chamava a todos que são contra ele
de subversivos, comunistas terroristas. Hoje chamam vândalos.Os milicos foram plantar bombas no Rio Centro em 1981 pra
incriminar "subversivos" "comunistas". Em 2013 quem se
interessou em ver, viu, militares infiltrados atuando como black blocs, se tinha mão de obra financiada por políticos ou partidos, não faz a menor diferença pra mim, porque eu vi que tinha muito mais povo na rua. Também vi as
emissoras de TV e jornais se recusando a mostrar o povo que efetivamente foi às
ruas, insistindo em mostrar o quebra-quebra, evidenciando a palavra vandalismo.
A nossa democracia usa os mesmos recursos da ditadura. A força, a truculência, as alianças coronelescas, a mentira, a corrupção, a mídia e todos o que tem interesse naquilo que vão lucrar e que se dane o povo!
A nossa democracia usa os mesmos recursos da ditadura. A força, a truculência, as alianças coronelescas, a mentira, a corrupção, a mídia e todos o que tem interesse naquilo que vão lucrar e que se dane o povo!
Nas passeatas de junho do ano passado, pessoas do povo foram perseguidas,
afrontadas, agredidas por policiais porque era esse povo que tinha que ser
retirado das ruas, Esse povo que não concorda, esse povo que sonhou que tinha
uma chance de se manifestar. Esse povo que tem medo de ser preso, que não pode
ser morto nem ferido porque tem que trabalhar no dia seguinte. Quantos
mascarados foram presos?
Não sou a favor da violência, mas o que pensar quando um
direito do povo, de ir e vir, uma passeata pacífica é enxertada com atos
truculentos?
Pelo mundo a fora vemos as manifestações desaguarem em
quebra-quebra e causando mortes. Mas aqui no Brasil Maravilha, lançaram mão de
uma morte pra sufocar as manifestações. Ninguém falou do camelô que foi morto no
mesmo dia em que o cinegrafista, a morte desse homem atropelado ao fugir de uma
confusão foi em vão. Foi um acidente. A morte do cinegrafista foi explorada à
exaustão até que todos "vissem" que dois garotos imbecis e mal
orientados, foram os responsáveis por tanta confusão. A paz voltou, mesmo
quando moradores de comunidades que estavam no caminho dos olhos dos turistas
foram desalojados de suas posses que um dia um político prometera transformar
em algo parecido com dignidade.
É preciso algum tempo,
muita Educação e reeducação para que o brasileiro se entenda como dono do seu
país.
Nascemos livres como índios e crescemos expropriados sob açoites, castigos e humilhações como
negros. Não aceitamos nossa cara, temos vergonha da nossa história e uma
incompetência incrível para tentar mudá-la. É compreensível, mas não aceitável.
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