Sei lá, eu só desejo que as coisas funcionem
independentemente de marca, fama, in ou out. Se tenho que vestir roupa, que eu
goste dela, pouco me lixo se está na moda, se é fashion. Nem no tempo da minha
juventude quando surgiu uma moda de usar boné com a etiqueta pro lado de fora
mudei de opinião. E, eu era a rainha dos bonés, tinha mais de 15!
Chapéu panamá (que tinha uns bolivianos ali pela Lapa
fazendo e vendendo) usei muito, porque eu gosto de coisas na cabeça, também porque
trabalhando em shows e eventos, quando tinha que vender CDs no meio do povo, o
artista indicava:
- Aquela moça com chapéu branco...
Até que de
repente eram tantos os chapéus "brancos" que ninguém me achava com
facilidade.
Parei com o
chapéu, mas antes usei os coloridos, só de farra.
Sempre, desde criança quis usar chapéu. Quando moça, logo após
conhecer meu pai, ele me deu um chapéu, bem estilo Zé Pelintra. Era preto,
aveludado e ficava bonitinha com ele,
mas naquela ocasião era estranho uma mulher de chapéu em Jacarepaguá, então, só
usava quando ia pra balada no Centro ou Zona Sul. Um dia fiquei tão aborrecida com o meu pai, que eu só chamo
assim para as pessoas entenderem, mas que ele nunca me deu a mínima como filha,
que joguei o chapéu fora. Aliás, mais que isso: Sapateei em cima e taquei fogo.
Naqueles tempos eu era muito temperamental, explosiva ao extremo. Sempre que
tinha essas atitudes intempestivas, me arrependia depois. Não tivesse tantos
chapéus similares, sentiria falta daquele, queimado feito bruxa na fogueira e
do mesmo jeito que as bruxas, não adiantou nada. O mal não estava no chapéu.
Hoje, de volta ao bairro de origem, nem ligo se as pessoas
se "incomodam" com uma mulher de chapéu. Também não me incomodo com a
admiração das pessoas pela marca das coisas que uso e assim uso qualquer coisa
que eu ache legal.
Sempre pensei que se ganhasse na mega sena, compraria um
carro, contrataria um motorista e nunca pensei qual marca teria o veículo,
desde que andasse, maravilha. Igual para celular, queria que ele falasse alto e
claro, hoje quero que ele não trave. As coisas, pra mim, só precisam funcionar,
de preferência, bem! Só isso. Celular uso até pouco. Se estou num lugar que tem
conversa, até esqueço do esmartefone. Quando estou na condução, leio livros.
Há anos ando perdida de amores pelos notebooks da Dell porque
não me decepcionaram, ainda. Enquanto o Sony Vaio ficou no sonho e o Apple
ainda é utopia. Porque entre os meus olhos e a vitrine sempre existe algo
chamado preço.
E fico aqui pensando... Por quê as pessoas gostam tão mais
do status, das marcas das coisas do que das próprias coisas? Isso me fez lembrar uma conhecida que tinha a
estante mais cheia de livros do bairro mas só lia "Capricho", "Julia"
e "Sabrina" ainda que ela achasse que tinha letras demais e fotos de
menos...
Por que as pessoas preferem as coisas em detrimento das
outras pessoas, se a maioria das pessoas funcionam até bem direitinho? Nenhum
celular nunca pagou cerveja pra mim. Nunca que vou dar mais atenção a ele do
que a alguém que esteja conversando comigo.
Devo ser alguém muito fora de moda.
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