27 de mai. de 2018

POEMA DO MEU MALANDRO DA CAMISA PRETA














Existe um malandro,
Caminha no meandro
não me bate nem me explora
Cara maneiro, bonito
Me chama de senhora

Elegante, de boas maneiras
Homem de fino trato
Voz rouca, olhar grave
Temos um contrato

Me deu a pena pra escrever o verso
E esse olho que brilha meio disperso
Me deu olhos de poesia
Vem comigo seja noite, seja dia.

Diz que eu mando,
que sou dona da sua vida
Deixa meus dedos amarelos de nicotina
Tá voltando quando tem gente na ida
Me faz feliz como ninguém imagina!

Me botou no samba, me jogou no carnaval
Me trata bem como ninguém faria igual

Ele vai quando tudo está bem
Ele vem quando tudo está mal
Me protege no escuro da madrugada
Me diz: Olha bem mas não diga nada

Ele é sério e educado
Me empresta seu gingado
Diz que não é Zé
Mas posso chamá-lo do que quiser

Seu nome não dá rima perfeita
É o Malandro da Camisa Preta
Onde ele está, não tem "treta"

Fala difícil, complicado
Faltou pouco pra ser advogado
Injustiçado, acabou numa cadeia
Por isso desembaraça qualquer teia

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